Além do "filho
03", outros aliados do governo, como o autor da proposta,
General Peternelli, e Carla Zambelli - ambos deputados federais pelo
PSL -, e o general Eduardo Villas Bôas, também já defenderam o uso
do canabidiol (óleo extraído da maconha). Se aprovado, o texto
apoiado por Eduardo liberaria a venda de ao menos um remédio à base
de canabidiol usado para tratar epilepsia severa em crianças
liberado pelos EUA no ano passado.
O uso do óleo
derivado da planta extrapolou o debate médico e avançou na pauta
política após a Anvisa ter realizado consulta pública, sem ordem
do governo, para estabelecer critérios de produção e,
consequentemente, de consumo da substância no Brasil. Criticada pelo
governo Jair Bolsonaro, a proposta autorizaria o plantio da maconha
para fins medicinais e o restringiria apenas a lugares fechados e sob
o comando de empresas credenciadas.
Após conclusão da
consulta, o formato final ainda não foi apresentado. Mas os
ministros da Cidadania, Osmar Terra, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni,
já defendem que o Brasil adote apenas a "cannabis sintética"
(que não existe no País), produzida em laboratório, para evitar a
necessidade do plantio.
Segundo Terra,
liberar o plantio seria o início da liberação de drogas no Brasil,
tese também defendida por Bolsonaro durante visita a uma
farmacêutica em São Paulo mês passado. "A nova direção do
Brasil é de um presidente que respeita a família tradicional
brasileira, é de um presidente que respeita a inocência da criança
na sala de aula e diz não ao processo de legalização de drogas."
Em seu discurso,
Bolsonaro ainda afirmou que agências reguladoras têm muito poder no
Brasil, "para o bem ou para o mal". Em seguida, questionou
o prazo para autorização de medicamentos, sugerindo que o "excesso
de zelo da Anvisa" possa servir para vender facilidade.
Peternelli disse que
considera bom o trabalho da agência brasileira, mas lamenta que a
Anvisa não tenha um ação conjunta com órgãos internacionais. E
também que seu projeto tenha ficado tão limitado à questão do
canabidiol. "Não é disso que se trata. O projeto inclui sim o
canabidiol, mas não de forma proposital. Quando o Eduardo
(Bolsonaro) assinou a proposta essa polêmica nem existia",
disse.
O parlamentar, no
entanto, afirma não ver problema que o Brasil comercialize
medicamentos à base de maconha natural - não o modelo sintético
defendido agora pelo governo. "Até porque eles podem ser
importados, apesar de o preço impedir que famílias de baixa renda
tenham acesso." De acordo com a dose prescrita e a finalidade, o
tratamento pode custar mais de R$ 1 mil por mês.
Ex-comandante do
Exército e atual assessor do Gabinete de Segurança Institucional
(GSI) do Palácio do Planalto, Villas Bôas é portador de Esclerose
Lateral Amiotrófica (ELA), doença autoimune incapacitante que pode
ser tratada com canabidiol. Em entrevista ao SBT mês passado, ele
afirmou que não usa, mas defendeu o medicamento e citou "hipocrisia
social" ao comentar as dificuldades enfrentadas pelos pacientes
que buscam a droga.
O deputado Eduardo
Bolsonaro não respondeu à reportagem. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo. Fonte: Notícias UOL. Veja mais aqui: setembro 10, 2019 - Filho de Bolsonaro defende liberação de remédios canábicos aprovados no exterior.
Infelizmente há uma incoerência nas posições do governo. Enquanto aqui postulam a liberação de um paliativo à doenças neurológicas, ali defendem a liberação de agrotóxico com potencial de causar o parkinson (Proibido em mais de 50 países e na União Europeia, herbicida comercializado no Brasil pode causar Parkinson).
Infelizmente há uma incoerência nas posições do governo. Enquanto aqui postulam a liberação de um paliativo à doenças neurológicas, ali defendem a liberação de agrotóxico com potencial de causar o parkinson (Proibido em mais de 50 países e na União Europeia, herbicida comercializado no Brasil pode causar Parkinson).
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