Todo
diagnóstico está diretamente relacionado à mudanças e toda
mudança gera medo e insegurança.
Quando
neste diagnóstico consta a expressão "doença
neurodegenerativa progressiva" a concepção de mudança toma
uma conotação imensurável e os medos e inseguranças se agigantam.
As
reações são as mais diversas, no entanto, mais cedo ou mais
tarde, é comum a todos os envolvidos: portadores, familiares,
cuidadores, ... a busca por informações.
Queremos
saber com o que estamos lidando, qual o prognóstico e quais as
mudanças que objetivamente ocorrerão em nossas vidas.
Com
relação à Doença de Parkinson, quando o diagnóstico acontece e a
busca por informações inicia dá um nó no cérebro. São tantos
termos técnicos, sintomas motores e não motores, medicamentos,
cirurgias, promessas milagrosas, pesquisas, especulações,
especificidades de cada caso e consequentemente de evolução da
doença... que a vontade é desistir.
Comigo
não foi diferente. Eu procurava respostas e não encontrava.
Além
de respostas objetivas, eu procurava acolhimento e esperança.
Foi
nesse momento da minha vida que encontrei este blog e jamais imaginei
que anos mais tarde estaria aqui escrevendo como colaboradora.
Relutei
um pouco em aceitar por puro respeito a seriedade do trabalho
realizado e pela importância que o blog Doença de Parkinson e seu
administrador Hugo têm na minha história.
Bom,
como vocês podem ver, eu aceitei o desafio.
E
agora? Sobre o que escrever?
Eu
só consigo lembrar da angústia a cada pergunta que eu me fazia e
cada resposta que não me tranquilizava.
Então
a minha proposta é escrever para vocês como sobreviver às
mudanças, às angústias, às alterações de humor, às
limitações, à insegurança diante de cada decisão a ser tomada,
...
A
maioria das respostas que eu procurava estavam dentro de mim, assim,
eu resolvi fazer uma viagem no tempo, lembrar dos sentimentos e de
como lidei com eles.
Vou
abordar vários assuntos cotidianos sem a intenção de ditar regras
ou dar receitas milagrosas e sim instigar e provocar o pensamento com
o máximo de bom humor e leveza.
Hoje
o assunto é alterações de humor.
Durante
um tempo as
alterações
de humor (sintoma típicos do Parkinsoniano) foram
motivo
de extrema insegurança e fragilidade para
mim,
um
verdadeiro processo de reconhecimento que exigiu
muita
auto observação. Em
um só dia são vários _ "Muito prazer, eu sou a Koka da
hora."
Tentar
fazer com que isso interfira o mínimo possível na vida daqueles que
coabitam comigo é um exercício árduo, no entanto, passados cerca
de dez ou quinze anos (é impossível definir o início dos sintomas)
começa a
ficar interessante.
A liberdade de "sentir" é ampla e irrestrita.
Permitir-me ao tristezão, sabendo que ele não será tão duradouro ao ponto de virar depressão, e à euforia, com a certeza de que não vai dar tempo de fazer loucuras (como achar que o mundo é lindo, as pessoas são maravilhosas, tudo é barato e eu posso comer o que quiser sem engordar) é muuuuuiiiito legal.
Ter a consciência dessa montanha russa e não mais temer as consequências é libertador e uma experiência riquíssima.
Permitir-se, eis a questão.
Acredito que passamos a maior parte da vida tentando ser coerentes, tentando nos adequar e isso é muiiiiiiiiito chato.
Eu quero mesmo é me experimentar e conhecer todas as Kokas que me habitam.
Não tenho tendência à violência e paciência eu nunca tive, então, vamos lá.
Aviso de utilidade: não confundam alterações de humor com bipolaridade ou compulsão e caso não consigam lidar sozinhos com qualquer uma delas, procurem ajuda profissional.
A liberdade de "sentir" é ampla e irrestrita.
Permitir-me ao tristezão, sabendo que ele não será tão duradouro ao ponto de virar depressão, e à euforia, com a certeza de que não vai dar tempo de fazer loucuras (como achar que o mundo é lindo, as pessoas são maravilhosas, tudo é barato e eu posso comer o que quiser sem engordar) é muuuuuiiiito legal.
Ter a consciência dessa montanha russa e não mais temer as consequências é libertador e uma experiência riquíssima.
Permitir-se, eis a questão.
Acredito que passamos a maior parte da vida tentando ser coerentes, tentando nos adequar e isso é muiiiiiiiiito chato.
Eu quero mesmo é me experimentar e conhecer todas as Kokas que me habitam.
Não tenho tendência à violência e paciência eu nunca tive, então, vamos lá.
Aviso de utilidade: não confundam alterações de humor com bipolaridade ou compulsão e caso não consigam lidar sozinhos com qualquer uma delas, procurem ajuda profissional.