sábado, 30 dezembro 2017 - A limitação e agressividade provocadas pela doença de Parkinson aos pacientes terão um novo rival. Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Bauru, trabalham em um programa de computador que vai ajudar no diagnóstico precoce e mais preciso da doença. Com o sistema, o paciente poderá apresentar sinais do problema até 12 anos antes dos sintomas mais severos. Quanto mais cedo começar o tratamento, maior a qualidade de vida.
Segundo os pesquisadores, para fazer o diagnóstico é necessário o conjunto de uma caneta especial (dotada de seis sensores de pressão e inclinação), um questionário e o software, que lê e analisa os dados emitidos.
A princípio, a caneta foi criada por alemães – o projeto tem parceria com uma universidade da Alemanha – e capta todos os movimentos feitos por um indivíduo ao cumprir tarefas motoras e gera centenas de dados na tela do computador. Para aperfeiçoar ainda mais o diagnóstico, um questionário produzido pela pesquisadora Silke Weber, da Unesp de Botucatu, foi programado para captar padrões de comportamento para pacientes.
O professor do Departamento de Computação da Faculdade de Ciências, João Paulo Papa, desenvolveu junto com Cleiton Pereira, aluno de doutorado, um software capaz de ler e interpretar os dados gerados pelo conjunto da caneta e do questionário, com cerca de 90% de precisão do diagnóstico.
Segundo o professor João Paulo, o diagnóstico vai auxiliar o médico. “Com esse exame, fornecemos uma maneira mais precisa para auxiliar o médico na tomada de decisão quando diagnosticar uma pessoa como sendo saudável ou não. O programa também permite acompanhar a progressão da doença”, disse ele.
O sistema ainda não tem previsão de chegar aos consultórios médicos.
A Associação Campinas Parkinson, criada há dez anos com o objetivo de acolher os Parkinsonianos da região de Campinas, realiza periodicamente encontros temáticos com especialistas, pacientes e familiares, para orientar e trazer novas técnicas e exercícios para melhorar a qualidade de vida dos doentes.
O presidente, Omar Abel Rodrigues, acredita que com o diagnóstico precoce, o paciente pode enfrentar a doença com mais força, visto que o tratamento é delicado. “Se conseguir antecipar o diagnóstico, o Parkinsoniano poderá tomar medicamentos que segurem a doença”, diz Omar.
O vendedor Marcelo Lima da Silva encara há três anos o drama vivido pela sogra, Arlinda Maranim, de 73 anos.
De acordo com ele, tudo começou com uma tremedeira na mão, caracterizando o primeiro sintoma. Por esse motivo, eles decidiram levá-la ao médico, que deu a notícia. Desde então, Arlinda vai ao médico a cada seis meses e trata a doença com um remédio.
Para Marcelo, a grande dificuldade é a locomoção. “Não é nada grave. Ela só não consegue ficar muito tempo em pé e precisa de ajuda para andar”, explica o vendedor.
A doença
No Brasil, cerca de 200 mil pessoas têm a doença, segundo dados da Associação Brasil Parkinson.
Considerada uma condição complexa que afeta pessoas de formas diferentes, o Parkinson é uma doença neurológica, crônica e progressiva resultante da degeneração das células localizadas na “substância negra”, situada no cérebro. Fonte: Metro Jornal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Publicidades não serão aceitas.