terça-feira, 23 de junho de 2020

Em que pé ’tá o Parkinson hoje, junho de 2020?

Hoje em dia não se vêem mais as pessoas de corpo inteiro em carne e osso, a não ser que sejam seus vizinhos. Basicamente em função da pandemia e do isolamento social advindo.

Quando me perguntam como estou, perguntam também como estão os estudos relativos ao Mr Parkinson, que pressupõem que eu esteja ao par em vista de manter vivo este blog.

Pessoalmente estou relativamente bem, carente de regulagem do meu gerador de pulsos implantável (marcapasso cerebral / dbs) cujo melindroso processo teve repentina parada em fevereiro, quando o médico a interrompeu, por se tratar de atividade eletiva. Um tombo aqui, outro ali, e considerando que não tomo nenhuma droga, com 20 anos de Parkinson, afirmo que estou bem. Não necessariamente por não tomar drogas, mas principalmente por inexistirem os efeitos colaterais advindos delas, a Levodopa e do Pramipexole principalmente. Quem tem Parkinson entende bem. E diga-se de passagem, horríveis, tobogã diário.

Com relação à doença em si, quanto à procura ou busca da cura e diagnóstico, a história é bem mais complicada.

A vacina (também aqui) em desenvolvimento ataca a proteína alfa-sinucleína, que é aquela que blinda as sinapses nervosas de transmissão da dopamina. O desenvolvimento conforme recentes notícias estaria correndo bem. O fato é que ainda não está claro o papel da alfa-sinucleína no corpo humano, seus prós e contras. Por isso vejo com cautela essa vacina.

Mas de onde vem esta alfa-sinucleína? Segundo estudos, o apêndice intestinal seria rico, e através do nervo vago a mesma sinalizaria ao cérebro para torcê-la e se agregar ali, impedindo a liberação de dopamina. O que provocaria a concentração de alfa-sinucleína no intestino? A biota intestinal está sob estudo com o objetivo de estabelecer o perfil adequado de equilíbrio entre as bactérias intestinais, a biota. Vislumbra-se a possibilidade futura de se vir a diagnosticar o Parkinson através de um exame desta biota, ou seja, um exame de fezes para diagnosticar.

Afora isto, também se vislumbra a possibilidade de vir a cura quando precocemente diagnosticado, através de um implante de fezes, ou seja, identificada a biota inadequada, um implante que fosse capaz de eliminar esta e corrrigir e estimular o crescimento da biota saudável.

Essa teoria chama-se “eixo intestino-cérebro” e se constitui na hipótese mais recentemente formulada para explicar a causa do Parkinson e sua possível cura. Mas no pé em que estamos, não será a minha geração que irá vivenciar isto. Muito tutano ainda vai ser queimado, isto é, terão ainda muitos estudos pela frente. Considerar é esta a teoria ultimamente em voga.

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