29-04-2020 - Alvo de grande atenção por serem grupo de risco para o coronavírus, os idosos requerem cuidados ainda mais incisivos pela vulnerabilidade às doenças degenerativas.
Portadores e cuidadores de pessoas com Alzheimer ou Parkinson podem sentir o isolamento social dos tempos atuais de forma mais crítica. A necessidade de lidar com paciência e compreensão, por parte dos cuidadores, se soma à manutenção de atividades que estimulem o cérebro e o sistema motor dos portadores.
O neurologista Miguel Muratore esclarece que, embora ambas as patologias sejam progressivas e incuráveis, o Alzheimer atinge mais a parte mental, cognitiva, pela redução da conexão entre os neurônios. “Já o Parkinson ataca mais as células nervosas que comandam a parte motora, levando a tremores, lentidão de movimentos e mudanças na postura.”
Conforto, compreensão e atividades para o cérebro
A prevenção para as doenças degenerativas deve começar na infância, alerta o neurologista. Quanto mais informação o cérebro tiver para processar, se a alimentação for saudável e as atividades físicas fizerem parte da rotina, desde cedo, mais chance se tem de afastar Alzheimer e Parkinson. “Isso porque o declínio leve começa a partir dos 65 anos; o que varia é o ritmo da progressão, e quanto mais saudável a pessoa for, mais se consegue alongar o processo”, observa.
Quando os quadros de declínio cognitivo ou motor já estão instalados, a melhor maneira de lidar é dar conforto e ter muita paciência: “Não cobrar do paciente, compreender os momentos de irritabilidade, dar o máximo de carinho e estimular o cérebro com novas atividades”.
Dicas para manter o cérebro ativo, mesmo em casa
Aprendizado progressivo: aprender um novo idioma ou a lidar com a internet; aprender um instrumento musical.
Novos modos de pensar: escrever um poema rimado; desenhar; escrever as memórias; ler um novo tipo de livro (por exemplo, biografia em lugar de ficção).
Desafio corpo movimento: pintar quadros, potes ou objetos de madeira; dançar.
Interação: jogar cartas ou jogos recreativos com familiares ou cuidadores.
Dicas de livros e filmes para entender e conviver com o Alzheimer:
• Livro Quando o dia tem 36 horas, escrito pela neurologista Nancy L. Mace.
• Filme Íris, história de amor entre a filósofa Íris Murdoch e seu marido, o professor John Bayley, contada em duas épocas: na juventude e na velhice, quando Íris sofre de Alzheimer.
• Filme Para sempre Alice conta a história de uma linguista que tem a vida totalmente mudada quando é diagnosticada com Alzheimer.
• Filme Viver duas vezes narra a união de uma família quando o pai é diagnosticado com Alzheimer, e todos resolvem ir em busca do amor de infância do pai enquanto ele ainda se lembra. Fonte: Hospital Ernesto Dornelles.
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