quinta-feira, 9 de abril de 2020

Alfa-sinucleína na pele dos pacientes

Estudo italiano mostra isso. Essa proteína pode se tornar um marcador para detecção precoce

09 Aprile 2020 - A alfa sinucleína é uma proteína cuja forma oligomérica se acumula em agregados neurotóxicos que desempenham um papel fundamental na morte de neurônios dopaminérgicos. Esses neurônios, localizados em uma região do cérebro chamada Substantia Nigra, produzem dopamina, um neurotransmissor crucial para o movimento. Isso ocorre no Parkinson, cujos sintomas mais típicos, sintomas motores como bradicinesia, rigidez e tremor em repouso, são devidos à degeneração da substanzia nigra e, infelizmente, aparecem com doença já avançada, quando cerca de 60% dos neurônios dopaminérgicos foram comprometidos. O diagnóstico precoce é crucial para retardar a progressão da doença e, se muito cedo, pode permitir que o paciente seja encaminhado para um caminho de prevenção e neuroproteção. A identificação desses agregados protéicos, os chamados corpos Levy, é uma indicação de um certo diagnóstico. Ser capaz de medir seus níveis no corpo antes do início dos sintomas significaria ter uma ferramenta de diagnóstico precoce não clínica.

Nesse sentido, um estudo totalmente italiano que analisou biópsias de pele de pessoas saudáveis, pessoas diagnosticadas com Parkinson e um grupo muito raro composto por 19 pares de gêmeos homozigotos, um dos quais está doente. A equipe, liderada por Graziella Cappelletti, do departamento de Biociências da Universidade de Milão, encontrou formas precoces de agregação, os oligômeros alfa-sinucleína, em terminações nervosas periféricas na pele de pacientes que sofrem da doença de Parkinson. Depósitos de proteínas não foram encontrados na pele saudável. O trabalho, publicado na revista Brain, foi realizado em colaboração com o Parkinson Center do Hospital Gaetano Pini-CTO e graças ao financiamento da Fundação Grigioni para a doença de Parkinson em Milão.

"O impacto deste estudo - comenta Graziella Cappelletti - é duplo. Primeiro, a descoberta de oligômeros alfa-sinucleína no sistema nervoso periférico contribui para a compreensão dos mecanismos patogenéticos na doença de Parkinson, apoiando a teoria emergente de que a patologia começa na periferia e depois se espalha para o sistema nervoso central. Além disso, este estudo indica que a presença de agregados alfa-sinucleína é um biomarcador da doença e pode ser usada para acompanhar pacientes ao longo do tempo, por exemplo, em futuros ensaios clínicos ".

Também à luz do fato de que, como outros estudos já demonstraram, é possível medir a presença desse potencial biomarcador em fluidos corporais, como a saliva. E que, além de depositar patologicamente nos tecidos e no licor cefalorraquidiano, essa proteína possui uma modalidade de agregação diferente (o chamado desdobramento) diferente entre Parkinson e outras doenças degenerativas Parkinsonianas. Enquanto isso, novos tratamentos baseados em anticorpos monoclonais estão sendo buscados, direcionados seletivamente precisamente para essas proteínas anormais, a fim de retardar ou bloquear o processo degenerativo. Original em italiano, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: La Stampa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Publicidades não serão aceitas.