quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Um probiótico poderia impedir ou reverter o Parkinson?

January 23, 2020 - Um novo estudo usando um modelo de lombriga da doença de Parkinson descobriu que uma bactéria probiótica poderia prevenir e, em alguns casos, reverter o acúmulo de proteínas tóxicas.

Proteínas alfa-sinucleína mal dobradas no cérebro são o sinal da doença de Parkinson.

Muitos especialistas acreditam que esses aglomerados de proteínas tóxicas levam à perda progressiva de células cerebrais que controlam o movimento.

Mas a ciência não é clara, e os mecanismos subjacentes que causam a doença de Parkinson permanecem ilusórios.

Sem uma maneira eficaz de prevenir ou curar a doença de Parkinson, o tratamento se concentra principalmente no alívio dos sintomas.

Uma linha recente de pesquisa está investigando um possível vínculo com o microbioma intestinal, os trilhões de espécies microbianas que povoam nosso intestino.

A mudança do microbioma intestinal de uma pessoa pode ser uma maneira de modificar seu risco de desenvolver Parkinson ou até servir como um tratamento eficaz?

Um grupo de cientistas das Universidades de Edimburgo e Dundee, ambos no Reino Unido, começou a investigar.

Maria Doitsidou, pesquisadora do Centro de Ciências do Cérebro da Universidade de Edimburgo, é a principal autora do estudo, e os recursos de pesquisa da equipe na revista Cell Reports.

Probiótico 'inibe e reverte' agregação
Para o estudo, Doitsidou e seus colegas usaram um modelo de verme nematóide que os cientistas criaram geneticamente para expressar uma versão humana da proteína alfa-sinucleína.

Esses vermes normalmente desenvolvem agregados, ou aglomerados, de alfa-sinucleína no primeiro dia de vida adulta, 72 horas após a eclosão.

No entanto, quando os pesquisadores alimentaram os vermes com uma dieta contendo uma cepa bacteriana probiótica chamada Bacillus subtilis PXN21, eles observaram "uma quase completa ausência de agregados", como afirmam em seu artigo. Os vermes ainda produziam a proteína alfa-sinucleína, mas não se agregavam da mesma maneira.

Em vermes que já haviam desenvolvido agregados de proteínas, mudar sua dieta para B. subtilis eliminou os agregados das células afetadas.

A equipe seguiu um conjunto de vermes durante toda a vida útil e comparou uma dieta de B. subtilis com uma dieta convencional de laboratório.

"O número máximo de agregados atingidos em animais alimentados com B. subtilis foi muito menor do que o observado na dieta [padrão], indicando que o B. subtilis não atrasa simplesmente a formação de agregados", explicam os autores no artigo.

"O B. subtilis PXN21 inibe e inverte a agregação [alfa-sinucleína] em um modelo [lombriga]", observam eles.


Esse efeito é específico para B. subtilis PXN21? Para responder a essa pergunta, a equipe comparou várias cepas diferentes da bactéria e descobriu que elas tinham efeitos semelhantes.

Vários caminhos trabalhando juntos
Para descobrir como B. subtilis é capaz de prevenir e limpar agregados de alfa-sinucleína, a equipe usou a análise de seqüenciamento de RNA para comparar a expressão gênica de animais que recebem uma dieta padrão com a dos que recebem o probiótico.

Esta análise revelou alterações no metabolismo esfingolipídico. Os esfingolipídeos são um tipo de molécula de gordura e são componentes importantes da estrutura de nossas membranas celulares.

"Estudos anteriores sugerem que um desequilíbrio de lipídios, incluindo ceramidas e intermediários esfingolípidos, pode contribuir para a patologia da [doença de Parkinson]", comentam os autores no artigo.

No entanto, alterações no metabolismo do esfingolípido não foram as únicas vias que os pesquisadores identificaram.

Eles também viram que B. subtilis foi capaz de proteger os animais mais velhos da agregação de alfa-sinucleína através da formação de estruturas complexas chamadas biofilmes e da produção de óxido nítrico. Além disso, a equipe viu mudanças na restrição alimentar e nas vias de sinalização semelhantes à insulina.

É importante ressaltar que, quando a equipe mudou os animais que haviam recebido uma dieta padrão pela dieta de B. subtilis, suas habilidades motoras melhoraram.

"Os resultados fornecem uma oportunidade para investigar como a mudança das bactérias que compõem nosso microbioma intestinal afeta o Parkinson. Os próximos passos são confirmar esses resultados em ratos, seguidos de ensaios clínicos acelerados, já que o probiótico que testamos já está disponível comercialmente". Original em inglês, tradução Google, revisão Hugo. Fonte: Medical News Today.

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