Objetivo da pesquisa é tratar outros sintomas da doença, e pouco conhecidos, como a depressão, alteração do sono, ansiedade e confusão mental
A informação foi confirmada ao ACidade ON nesta sexta-feira (11) pelo professor de neurologia da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e responsável pelo Laboratório de Distúrbios do Movimento, Vitor Tumas.
O equipamento é responsável por tratar aproximadamente 700 pacientes já diagnosticados com esse mal, atualmente reconhecido como a segunda doença neurodegenerativa que mais afeta pessoas a partir de 60 anos. A primeira é o Alzheimer.
"Ainda faltam algumas comprovações sobre a eficácia, pois são estudos pequenos, mas acreditamos que a terapia pode auxiliar a combater sinais não motores, como os efeitos do sono", explica o médico.
De acordo com Tumas, apesar dos tremores serem a principal referência ao Parkinson, junto a lentidão dos movimentos e rigidez muscular, os pacientes também costumam apresentar quadros de depressão, alteração do sono, ansiedade, intestino preso e confusão mental.
Esses sintomas poderão ser tratados com o canabidiol, caso a pesquisa seja aprovada no HC e regulamentada pelo Governo. "As questões físicas já são controladas maioritariamente com um medicamento chamado Levodopa. Muito eficaz, inclusive", afirma.
O laboratório de ponta também realiza implantações de marca-passos cerebrais, indicadas para casos mais complicados, que necessitam de tratamentos especiais. A doença, no entanto, não é reversível.
Fatores hereditários
Responsável pela equipe especializada de Ribeirão, Vitor Tumas explica que o Parkinson é uma doença de níveis e com fatores hereditários, mas também está associado a exposição frequente a agrotóxicos. Os combatentes, porém, podem ser curiosos.
"Estudos epidemiológicos apontam que a predisposição de pessoas que tem contato com pesticidas, vivem na zona rural e ingerem água de poço é maior. Fumar e tomar café, por outro lado, podem ter efeito protetor [...]. A relação exata entre essas coisas não é certa", ressalta.
Algumas pesquisas relacionam os fatores à redução das células que produzem a dopamina. Este neurotransmissor é responsável por enviar mensagens a algumas partes do cérebro que controlam os movimentos e coordenação do corpo - na falta dele, o desequilíbrio pode ser balanceado com o medicamente já usado pelo laboratório do HC.
Segundo o Ministério da Saúde, a Levodopa tem capacidade para alcançar os trechos afetados do cérebro e se transformar em dopamina. Contudo, é eficiente apenas no combate a sintomas motores.
O objetivo do HC é encontrar um meio de combater os demais agravantes provocados pelo Parkinson e proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes diagnosticados com a degeneração dos neurônios.
"Há vários níveis de manifestação da doença, e eles podem comprometer ou não a vida das pessoas. Ter doença de Parkinson, no entanto, não quer dizer que você vai atingir esse grau crítico. E apresentar apenas tremores não quer dizer que você tem a doença em si. Por isso precisamos de estudos e outras substancias capazes de complementar o tratamento", finaliza. Fonte: A Cidade On. Na fonte está disponível o áudio da matéria.
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