sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Impressões de uma viagem

Dia desses estivemos (eu e minha esposa) em Montevideo, Uruguay. Fomos de ônibus. Dorme aqui, acorda lá.

Como parkinsoniano que sou, estava ansioso para aproveitar que a maconha é liberada naquele simpático país e experimentar um cigarro eletrônico com refil de CBD, e ver o que aconteceria, se iria ter algum efeito sobre os sintomas do parkinson.

No segundo dia, fomos almoçar no Mercado del Puerto e voltamos ao hotel a pé, passando e subindo a peatonal Perez Castellano e a Sarandi. Na Perez Castellano logo me deparei com a Tienda de Cultura Cannabica – Tierra Viva.
Fachada da loja
Fiquei na dúvida, se entrava ou não, afinal o que vão pensar do velho aqui?
Após um certo constrangimento, tipo de sexy shop, meio que sem jeito, fui entrando.

Fui recebido no balcão por um jovem argentino que me atendeu gentilmente, dizendo ser fã da cannabis e em Buenos Aires não conseguiria trabalhos nesta área. Perguntei pelo óleo de CBD e ele me apresentou um óleo de CBD diluído em azeite de oliva de cor escura.

Vai papo, vem papo, chega Juán, o dono da loja, questionei então se não haveria para fumar, quando fui apresentado ao cigarro eletrônico com refil de THC, pois CBD não tinham. O cigarro eletrônico em si, provavelmente pelos riscos de vício em nicotina, é proibido no Uruguay. Na loja é usado como vetor, ou seja, como forma de propiciar o experimento aos clientes dos diversos produtos derivados da maconha da loja (nicotina, THC, etc.), contidos em cartuchos compatíveis com o e-cigarro.

Juán me ofereceu então experimentar o cigarro com Refil de THC, tendo três opções: de Índica, Sativa ou uma terceira opção de planta de maconha enxertada, composta entre as duas. Optei pela sativa. Dei umas três tragadas, passados uns minutos, fiquei pronto! Passei a caminhar muito bem e fiquei bem animado, com a língua solta, minhas dores se foram. Falava espanhol fluentemente (brincadeira). Comprei um cartucho de sativa e por ser proibida a venda, me foi ofertado “gratuitamente” o cigarro eletrônico e literalmente, estava viajando, estava em Montevideo.

Passeio maravilhoso! Subimos a peatonal Sarandi como se estivesse “singing in the rain”, obviamente sem o policial no final do vídeo!
Interior da loja

Explico. O parkinson é representado pela chuva.

À noite dei mais uma tragada. O dia seguinte, no seguinte e no seguinte e ainda no seguinte, continuei dando duas baforadas por turno.

Daí comecei a ficar com dor de cabeça e voltei a Porto Alegre com uma baita sinusite, todo congestionado. A ponto de estar tomando Tylenol Sinus.

Isto conto para justificar eu ter postado no blog, desde o dia 25 de setembro, várias matérias acerca do e-cigarro, tendo descoberto que há o uso de óleos minerais para diluição dos óleos extraídos da plantas além de um balaio de fraudes, particularmente nos EUA, dos produtos presumivelmente da maconha, falsos, além de conterem óleos diluentes que podem provocar pneumonia lipóide. E concluo, logicamente que o que faz mal não é o cigarro eletrônico em si, o vaporizador, mas sim o refil (a origem, a qualidade, a procedência) que tu fazes uso. Particularmente aqueles com nicotina, CBD ou THC flavorizados, que podem causar câncer de pulmão.

E, como diz uma das matérias citadas, “Claro, você sempre pode voltar à boa flor antiquada.” E aí, infelizmente temos que comprar do tráfico, graças à legislação brasileira, cuja manutenção da proibição deve-se a esta máfia, que obviamente não quer a descriminalização da maconha. Coisa que não ocorre no país vizinho.

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