Fiquei e estou muito triste.
A morte de um grande
amigo meu, cito, o Marcílio, confesso que me
deixou abalado. Não só pela morte do amigo, como foi, senão também
por me levar a imaginar a minha própria morte. O Marcílio era um
homem que pensava grande, como cabe aos grandes intelectuais. Para mim,
embora tenha-o conhecido inicialmente na internet e devido ao mal
comum que nos acomete, a “agora” chamada “doença de
parkinson”, o outrora MAL DE PARKINSON.
Ele era um homem vivido (Brasília e Moçambique) e tinha uma visão crítica lúcida e inteligente da sociedade como um
todo, da vida e da doença em particular. Enfim, é o destino, que estará
escrito nas estrelas ou não, ou como encargo do acaso aleatoriamente distribuído entre nós.
Agora
publicamente, se é que um blog, originalmente chamado tenebrosamente
de MAL DE PARKINSON, possa ser público, o número de likes (é assim
que se diz?) é muito baixo e muito menos existem pretensões!
À
Lígia e Pedro, minhas mais profundas condolências...
Mas
Deus é Deus e vice-versa. Só nos resta após confortados, seguir em
frente.
E
hoje, sábado, parece será um dia de usar chapéu de aba-larga, com
protetor de nuca e óculos escuros. Confesso. Tenho
vontade e preciso viajar. Tá difícil. Mas
só temos uma saída: vencer ou vencer! Chegarmos vivos ao domingo...!
Hugo, bom dia...ninguém está preparado para a morte, mesmo que seja a única certeza da vida, ainda mais quando ela ocorre com pessoas próximas, aí vem a pergunta que não quer calar: e eu? qdo será minha vez? eu digo sempre que estou na fila, como todos, mas passo a vez, sempre acho que ainda tenho muito a viver da maneira que " vivemos" se é que dá pra falar tendo pk. enfim, qdo em ocasiões como esta, procuro me lembrar sempre de dizer aos meus o quanto os amo, fazer com que meu legado seja de boas lembranças e principalmente que tenha feito diferença na vida de alguém. Sempre é momento de reler as belas palavras do ruben alves no seu poema O TEMPO E AS JABUTICABAS
ResponderExcluir“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que
ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem
eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para
reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de
um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de
"confrontação", onde "tiramos fatos a limpo".
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não
debatem conteúdos, apenas os rótulos".
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão
somente andar ao lado de Deus.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor
absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena.”