quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Gaúcho gosta de chinelo! (*)

Imbé, 16/01/2019 - Nestas “férias” da rotina, fugi da rotina, e em Saquarema, onde passei a virada do ano, comecei a caminhar na beira da praia. Em Saquarema, aquela areia mole que não dá apoio, depois de tênis, no parque do Flamengo, no Rio, e agora, de novo descalço, no Imbé, areia de gaúcho, durinha e boa de caminhar, principalmente molhando as canelas, enquanto não esticam.

Decidi, apesar da companhia de Mr. Parkinson, caminhar diariamente entre as guaritas de salva-vidas 130 e 137, ida e volta, o que dá uns, calculo, 3.400 metros. Antes das 8 horas já estou na praia.

As técnicas que emprego para vencer tão “vasta” distancia, são basicamente acompanhar o ritmo de passantes no mesmo sentido. Às vezes consigo acompanhar o ritmo dos velhinhos, às vezes não. Aí vou lá cantar mentalmente um-dois feijão com arroz, très-quatro, feijão no prato, … Aumentando o velocidade da letra e tentando acompanhar com os passos, que diga-se, estão cada vez mais lentos.

Mas temos que lutar. Tenho caminhado diariamente desde 5a feira da semana passada, tendo hoje completado 7 dias. Vou tentar melhorar a performance em tempo. Minha meta, já que levo mais ou menos 1 hora e meia neste trajeto, incluídas a ida e a volta da casa à praia e vice-versa.

Mas, nestas caminhadas observei um fato curioso: 9 em cada 10 passantes pela praia portam um par de chinelos nas mãos.

Disposto a eliminar este estorvo das mãos, decidi deixar os meus chinelos junto a uma bandeirinha do salva-vidas, Fazer o meu trajeto e na volta pagar os chinelos.

Dia desses, ao acompanhar minha mãe, 85, à praia, antes da minha caminhada, sugeri a ela que deixasse seus chinelos, de oncinha, junto aos meus, solado amarelo, tiras verdes e uma bandeirinha do Brasil.

- Imagina! Vão roubar meus chinelos!

Então fiz uma aposta com ela. Se voltássemos do passeio e meus chinelos estivessem no lugar, acreditaríamos e teríamos fé na humanidade, caso contrário estaria tudo perdido (os chinelos) e não levaríamos mais fé na humanidade.

Resultado. No Imbé, pelo menos, continuamos a acreditar na humanidade.

E me pergunto. Carregar chinelo na beira da praia será um fetiche?
(*) sem nenhum demérito

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