12 DE JANEIRO DE
2019 - Eles foram lançados com o pretexto de ajudar fumantes a
livrar-se da dependência de nicotina. Por alegarem não conter as
substâncias cancerígenas e a fuligem resultantes da combustão do
fumo, evitariam riscos de câncer, doenças cardiovasculares e
pulmonares obstrutivo-crônicas.
Numa demonstração
inequívoca das intenções da indústria mais criminosa da história
do capitalismo ocidental, a Altria - o maior fabricante de cigarros
nos Estados Unidos, detentora das marcas Marlboro e Parliament, entre
outras - acaba de investir 12,8 bilhões de dólares na compra de 35%
da Juul Labs, empresa que domina um terço do florescente mercado de
cigarros eletrônicos do país.
Perspicaz leitor,
não lhe soa estranho uma multinacional aplicar tal soma no
fabricante de um produto destinado a combater aquele que ela mesmo
comercializa? Veja o que está por trás desse negócio.
1) A Juul manterá a
independência, mas poderá usar "infraestrutura e serviços",
pontos de venda e marketing direto aos consumidores de cigarros
combustíveis por meio de propagandas inseridas nos maços, além de
ganhar acesso ao mailing e à rede de vendas da Altria e de sua
subsidiária, a Philip Morris.
2) Da mesma forma
que os cigarros comuns, os eletrônicos são preparados para atrair
crianças e adolescentes. Não é por acaso que muitos têm o formato
de pendrives que podem receber carga em USB de computadores e contém
aditivos químicos com gosto de chocolate, morango, crème brûlée e
outros sabores agradáveis ao paladar infanto-juvenil.
3) Graças a essas
artimanhas, eles se tornaram sucesso de vendas entre adolescentes
americanos. Inquérito conduzido em 2017 pelo National Institute on
Drug Abuse entre 45 mil alunos do curso equivalente ao nosso Ensino
Médio mostrou que 28% haviam fumado cigarros eletrônicos no ano
anterior. Em 2018, esse número aumentou para 37%.
4) O mesmo inquérito
revelou que, em 2018, o número de alunos fumantes de cigarros comuns
foi de 3,6%, queda expressiva em relação aos 22% de 20 anos atrás.
Como vários estudos
demonstraram que, comparados aos não-usuários de eletrônicos, os
que fazem uso deles se tornam fumantes convencionais com maior
frequência, não é necessário pós-graduação em Harvard para
entender a estratégia sinistra: a indústria que vende nicotina
empacotada em dispositivos para queimar tabaco sente que os lucros
caem nos países de renda per capita mais alta, e decide investir
numa forma mais palatável de administrá-la às crianças, que seja
considerada inofensiva pela sociedade.
A manobra nada mais
é do que um golpe inescrupuloso para recapturar um mercado de
dependentes de nicotina ameaçado pelas campanhas educativas e as
estatísticas que identificam o cigarro como fonte inesgotável de
sofrimento e principal causa de morte evitável.
A eficácia da
indicação dos cigarros eletrônicos no tratamento da dependência
de nicotina é altamente questionável. Um estudo retrospectivo,
publicado em 2017 no British Medical Journal, mostrou que eles
elevaram a taxa de sucesso de 4,8% para 8,2%.
No entanto, em junho
de 2018, foi publicado no The New England Journal of Medicine um
estudo prospectivo conduzido com metodologia bem mais rígida, no
qual apenas 1% dos fumantes de eletrônicos permaneciam livres do
cigarro comum depois de seis meses de acompanhamento.
Em maio de 2018, um
estudo publicado no Annals of Internal Medicine revelou que, seis
meses depois de receber alta hospitalar, 10,1% dos que fumaram
eletrônicos conseguiram parar de fumar, contra 26,6% dos que o
fizeram sem usá-los.
Mesmo a pretensa
justificativa de que eles evitariam os males do cigarro comum tem
sido questionada. Evidências preliminares sugerem que também
estejam associados ao risco de infarto do miocárdio, de enfisema e
outras doenças pulmonares.
O Brasil tem feito
muito esforço para reduzir o número de fumantes: proibição do
fumo em ambientes fechados, aumento de impostos, advertências nos
maços, restrições à propaganda, matérias educativas nas escolas
e nos meios de comunicação de massa. Os resultados não são
desprezíveis. Segundo o Vigitel, em 2017, a prevalência do fumo
entre nós era de 10,7%. Hoje, fumamos menos do que nos Estados
Unidos e nos países europeus.
Se não adotarmos
medidas preventivas enérgicas, andaremos para trás. Sem controle,
os cigarros eletrônicos tornarão dependentes de nicotina milhões
de crianças brasileiras. Fonte: Caderno Vida / Jornal Zero Hora / 12/01/19, pg 11.
Por outro lado, para nós que temos parkinson, mesmo diante deste quadro sinistro pintado, os cigarros eletrônicos contendo CBD, são uma esperança para aliviar sintomas, hoje concreta, pelo menos nos EUA, conforme consta aqui.
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