quarta-feira, 25 de julho de 2018

Maconha é regularizada em ritmo acelerado e já atinge 62% dos EUA

24/07/2018 - Depois muita proibição e repressão, o mundo começa a dar passos pela legalização da maconha, tanto para fins medicinais quanto para uso recreativo. Primeiro o Uruguai, em 2013, e depois o Canadá, em 2018, já fizeram isso.

E essa onda de aceitação da cannabis atinge também os Estados Unidos, o país que comandou o combate à maconha no século 20.

Primeiro, os números de 2018: mais da metade dos norte-americanos já têm acesso à maconha de forma regularizada, para fins medicinais ou mesmo recreativos.

Dez estados (incluindo o Distrito de Colúmbia, da capital Washington) permitem esse último uso, que coloca a erva no mesmo status de outras drogas permitidas no país. Entre esses estados, está o maior de todos, a Califórnia, que concentra 12% da população.

Outros 20 locais, incluindo Nova York, Flórida, Pensilvânia e Illinois, já regularizaram a maconha estritamente para fins medicinais. A soma desses 30 estados representa 62% da população do país .

Mapa mostra a expansão da maconha regularizada nos EUA; 10 estados, incluindo o Distrito de Colúmbia, já permitem o uso recreativo da erva
Nos últimos anos, 17 estados se abriram para essa discussão: permitiram o uso médico do canabidiol (CBD), com baixo THC. Ao contrário do THC, o CBD é uma substância da maconha que não tem efeito psicoativo e é legal no Brasil desde 2015 . Ele não entra na conta justamente por sua restrição ao THC, mas mostra o passo um pouco mais discreto de outra parte do país --majoritariamente conservadora, no sul-- em torno da aceitação da cannabis.

Hoje também há muito mais pesquisas e conhecimento sobre os efeitos reais da maconha no organismo . Há indícios de que seu potencial viciante é mais baixo do que em drogas legalizadas como álcool e tabaco e não há informações sobre mortes de consumidores de maconha por overdose da erva.

Mas também há suspeitas de que a maconha possa agravar doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, além de prejudicar a formação de memórias no cérebro e a concentração e aumentar o risco de acidentes para quem estiver dirigindo sob efeito da substância.

Se hoje há uma discussão mais científica sobre o assunto, nem sempre foi assim.

Consumo e repressão
O mundo consome maconha há milhares de anos. Há relatos do uso da erva como planta medicinal na China no século 15 a.C., e no Egito antigo no século 12 a.C., para tratar inflamações gerais.

E esse uso chegou também à América do Norte. A enciclopédia medicinal americana, chamada de "farmacopeia", de 1850 recomendava a maconha para problemas intestinais, sangramentos e vícios como o alcoolismo.

Mas aos poucos essa situação foi mudando e, nas primeiras décadas do século 20, a maconha passou a ser vista como uma droga perigosa. Os Estados Unidos, assim como o Brasil, proibiram a maconha na década de 1930 quando políticos, autoridades e parte da sociedade começaram a relacionar a erva a loucura e comportamentos violentos --ainda sem base nos estudos científicos que, anos depois, investigariam essas questões com mais profundidade.

Nas décadas seguintes, fumar maconha foi ficando cada vez mais arriscado e virou motivo de prisão em alguns estados americanos. A coisa ficou pior quando o presidente Richard Nixon assumiu a Casa Branca e seu governo elaborou o chamado Ato sobre Substâncias Controladas de 1970, que classificou a maconha como uma droga viciante semelhante a heroína e LSD.

Nessa época, posse, cultivo e venda de marijuana eram proibidos nos 50 estados americanos e no Distrito de Colúmbia. Fonte: Jornal Floripa.

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