07/06/2018 - Em audiência pública conjunta das comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e de Seguridade Social e Família, pacientes e médicos listaram os problemas enfrentados pelas pessoas que têm a doença de Parkinson.
O primeiro deles é a falta de informação, que atinge até os profissionais de saúde. Outros entraves são a demora no diagnóstico, que pode levar até quatro anos, e o custo elevado do tratamento. Danielle Ianzer, coordenadora do projeto Vibrar com Parkinson, de Goiânia, relata outra dificuldade para os pacientes: as contradições do mercado de trabalho.
Audiência Pública para Tratar de assuntos pertinentes às Pessoas com a Doença de Parkinson.
Pacientes e médicos apontam falta de informação e demora no diagnóstico da doença de Parkinson
"Quando você tenta se manter no mercado profissional, você não é aceito porque tem uma restrição motora, dependendo do estágio da doença até uma restrição mais grave. Aí você vai tentar auxílio doença ou aposentadoria e você não consegue porque o perito diz que você tem capacidade de trabalhar. Então, a gente fica perdido nesse limbo."
A doença de Parkinson é neurodegenerativa e, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta cerca de 200 mil brasileiros – em geral, pessoas com 65 anos ou mais. Com 41 anos, Danielle Lanzer é um caso que contraria a prevalência da doença em pessoas mais velhas.
Para a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), uma das parlamentares que propôs a discussão, é preciso mais atenção a essas ocorrências precoces. "Muitas vezes os médicos não preveem, não diagnosticam e a pessoa fica anos passando mal e sofrendo por conta do desconhecimento da doença."
O médico Nasser Allam, da Academia Brasileira de Neurologia, cobrou dos representantes do governo a inclusão de medicamentos no Sistema Único de Saúde. E lamentou as deficiências de recursos humanos nos ambulatórios e centros de referência para o tratamento de Parkinson, já que a doença tem que ser acompanhada por uma equipe multiprofissional.
"Falta nutricionista, fonoaudiólogo, falta um serviço de fisioterapia de apoio. Eu acho que a gente tem que tentar, de alguma forma, encontrar meios de colocar outros profissionais importantes no tratamento de Parkinson."
Frente Parlamentar
Médicos, pacientes e representantes do governo comemoraram a oficialização da Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Parkinson. Segundo o deputado Ricardo Izar (PP-SP), uma das prioridades da frente é a aprovação do projeto de autoria dele (PL 8046/17) que traz vários benefícios para pessoas com doenças degenerativas, como a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de automóveis.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
PL-8046/2017
Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Ana Chalub
Fonte: Agência Câmara Notícias
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