Esquema envolvendo
compra de marca-passos cerebrais chegou a causar prejuízo de R$ 4,8
milhões aos cofres públicos.
14/12/2017 - O
Ministério Público Federal em São Paulo ofereceu nesta
quarta-feira (13) denúncia à Justiça contra quatro pessoas por
desvio de recursos públicos na compra de marca-passos cerebrais. A
Procuradoria estima em R$ 4,8 milhões o prejuízo aos cofres
públicos.
Entre os denunciados
estão o neurocirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo,
Erich Talamoni Fonoff, e o ex-diretor administrativo do Instituto de
Psiquiatria do HC Waldomiro Pazin. Os dois foram acusados de fraude a
licitação e associação criminosa. Fonoff também foi denunciado
por corrupção passiva. Ele havia sido afastado do Hospital das
Clínicas em outubro.
A Procuradoria
também acusa o empresário Victor Dabbah, dono da empresa Dabasons,
e Sandra Regina Dias Ferraz, representante comercial da mesma
empresa, por corrupção ativa, fraude a licitação e associação
criminosa.
A denúncia é
resultado da Operação Dopamina, que foi deflagrada em 18 de julho
de 2016 pela PF e pela Procuradoria contra. O objetivo era
desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos públicos na
compra de marca-passos cerebrais, que são aparelhos revolucionários
usados principalmente em cirurgias para o tratamento de Parkinson.
Segundo o Ministério
Público Federal, a investigação teve início após pacientes do
Sistema único de Saúde (SUS) que eram atendidos pelo Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
relatarem que estavam sendo induzidos a acreditar que havia
necessidade de realização de cirurgias urgentes para implantes de
equipamentos para estímulos do cérebro.
Médico do HC é
suspeito de envolvimento em superfaturamento de implantes
Fonoff orientava os
pacientes a obter os implantes via judicial com a intermediação de
Waldomiro Pazin, segundo o Ministério Público Federal. Os pedidos
de cirurgia em feitos em caráter de urgência.
Os equipamentos eram
comprados da empresa Dabasons com valores superfaturados.
Equipamentos que, de forma regular, custariam cerca de R$ 24 mil
chegavam a ser comercializados por R$ 115 mil.
À época, o
Hospital das Clínicas informou, por meio de sua assessoria de
imprensa, que colabora com as investigações.
A advogada Luisa
Moraes de Abreu Ferreira, que defende Victor Dabbah, disse que não
poderia se manifestar porque não teve acesso à denúncia.
O G1 não conseguiu
contato com o advogado de Sandra Ferraz.
Na época do
afastamento do HC, em julho do ano passado, o advogado de Fonoff
disse ao Bom Dia São Paulo que o médico nunca influenciou o
processo de compra no HC e o advogado de Pazin afirmou que seu
cliente negava a participação em qualquer irregularidade. Fonte:
Globo G1.
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