10.11.2017 -
Portugal é o quarto país da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE) com mais casos de demência, com
19,9 casos por mil habitantes, um valor superior à média dos 35
países avaliados.
A conclusão consta
do relatório "Health at a Glance 2017" ("Uma visão
da saúde") da OCDE, que será hoje apresentado em Paris, e que
apresenta os principais indicadores da saúde dos 35 países da
organização em 2015 e 2016.
Sobre o estado da
saúde dos portugueses, o documento refere que Portugal está dentro
da média dos países da OCDE ao nível da expetativa de vida (78,1
anos para os homens e 84,3 anos para as mulheres) e da mortalidade
por doença isquémica cardíaca (ataque cardíaco e angina de
peito).
Contudo, apresenta
piores valores ao nível da prevalência da demência que é de 19,9
casos por mil habitantes, quando a média na OCDE é de 14,8 por mil
habitantes.
Segundo este
ranking, Portugal é o quarto país com mais casos de demência por
mil habitantes, só superado pelo Japão (23,3), Itália (22,5) e
Alemanha (20,2). O México é o país com menos casos: 7,2.
DEPRESSÃO AFETA
MAIS AS MULHERES
O documento
apresenta as mulheres como as mais afetadas pela depressão, doença
que afeta "milhões de pessoas".
Na Espanha,
Lituânia, Hungria e Polónia, as mulheres são atingidas por esta
doença em mais 50% do que os homens, uma percentagem que sobe para
os 66% em Portugal.
Os autores referem
que as doenças mentais representam a mais considerável - e
crescente - proporção na carga global de doenças, estimando-se que
uma em duas pessoas vai ter uma doença mental na sua vida.
Para 2037, a
prevalência da demência deverá aumentar para os 32,5 por mil
habitantes.
Em relação aos
fatores de risco para a saúde, Portugal está dentro da média dos
países da OCDE em todos os indicadores: percentagem da população
que fuma diariamente (16,8%), litros de bebidas alcoólicas
consumidas por ano (9,9), obesidade (16,6%) e poluição atmosférica.
ELEVADA TAXA DE
CESARIANAS EM PORTUGAL
Da análise à
qualidade dos cuidados, o relatório concluiu que Portugal apresenta
dois indicadores com valores superiores aos da média dos países da
OCDE: as admissões hospitalares por asma e Doença Pulmonar
Obstrutiva Crónica (74) e trauma obstétrico (2,5 por cem partos
vaginais).
Dos 21 países com
dados comparados, o trauma obstétrico - o melhor indicador para
avaliar a segurança do doente - é mais elevado no Canadá, seguido
da Suécia, Dinamarca e Estados Unidos.
Pelo contrário, o
trauma obstétrico é consideravelmente mais baixo na Polónia,
Israel, Itália, Eslovénia e Portugal.
Em Portugal, a taxa
de cesariana é de 32,3 por cem nascimentos vivos, acima da média da
OCDE (27,9).
CANCRO E DIABETES
O cancro é a
segunda doença mais mortal na OCDE, a seguir às doenças
circulatórias, registando 25% de todas as mortes em 2015 (15% em
1960).
A mortalidade
provocada pelo cancro é mais elevada nos homens do que nas mulheres
em todos os países, mas este intervalo de género é particularmente
alto na Coreia, Turquia, Letónia, Estónia, Espanha e Portugal.
Este intervalo pode
ser particularmente explicado pela maior prevalência de fatores de
risco nos homens, nomeadamente o tabaco.
Outra doença que
mereceu a atenção dos autores do estudo foi a diabetes. Nos países
da OCDE, 93 milhões de pessoas (7% de todos os adultos) eram
diabéticos em 2015. Em Portugal, 9,9% dos adultos têm diabetes.
Ao nível dos
medicamentos, o consumo de antidepressivos varia consoante os países.
A Islândia regista o mais elevado nível de consumo destes fármacos
(o dobro da média da OCDE), seguida pela Austrália, Portugal e o
Reino Unido.
A Letónia, Coreia e
Estónia registaram o mais baixo nível de consumo de
antidepressivos. Fonte: SIC Notícias.
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