Frequentadores de academia em SP voltada para a terceira idade |
"Preciso fazer os exercícios para ganhar força. Aqui tenho orientação para fazer os movimentos certos", diz a aposentada, que vai à academia três vezes por semana.
"A ginástica dá mobilidade; eu me abaixo, levanto e não sinto dor. Estou me sentindo ótima", diz.
Fontão faz parte de um contingente que não representa nem 14% da população brasileira, mas que já responde por quase um terço dos frequentadores de academias de ginástica no país.
O percentual de maiores de 60 anos que se matriculam nesses serviços passou de menos de 5%, no início da década passada, para 30% agora, segundo a Acad Brasil (Associação Brasileira de Academias), com base em pesquisa feita em parceria com a PUC-RJ e a PUC-SP em 2010.
E a tendência é de crescimento contínuo. De 9,7% da população em 2004, os maiores de 60 passaram a 13,7% em 2014 e chegarão a 18,6% em 2030, segundo o IBGE.
Além de ocuparem fatia maior, viverão mais: a expectativa de vida ao nascer -hoje em 75,2 anos- deverá ser de 78,6 anos daqui a 15 anos.
"A tendência na área de academias é se especializar no atendimento a um público específico", diz Beatriz Micheletto, consultora do Sebrae-SP. "Como a população brasileira está envelhecendo e caminha para ser maioria, serviços voltados para essa faixa etária têm bom potencial de expansão", afirma.
A oferta de "musculação terapêutica", ou "musculação supervisionada", amplia o potencial dos serviços para os idosos. Essa é uma das atividades mais procuradas pela terceira idade, segundo a Acad, porque ajuda a prevenir problemas nos ossos.
Além dela, pilates e alongamento ganharam mercado em relação à hidroginástica, que era a mais procurada no início dos anos 2000.
As academias contratam professores especializados na orientação de idosos e precisam investir em equipamentos acessíveis a quem tem limitações físicas.
Um sistema de alavancas, segundo as empresas, ativa a musculatura de maneira a não sobrecarregar as articulações, evitando lesões.
EMPRESAS
De olho nesses dados, o empresário Carlos Pascotto Jr. abriu, há um ano, a Vincere, em Moema (SP). "Oferecemos musculação terapêutica para clientes avessos às academias convencionais", diz.
"A maior parte do nosso público são pessoas que estavam sedentárias e que têm receio de se lesionar em academia convencional", diz o empresário. Ele atende pessoas a partir de 40 anos, mas a média de idade é de 58 anos.
A academia, com cem alunos, atende ainda pessoas que têm desde dor nas articulações até mal de Alzheimer e doença de Parkinson.
Os alunos são atendidos em grupo de até quatro por fisioterapeutas. A mensalidade varia de R$ 328 a R$ 1.298.
Pascotto afirma que investimento no negócio foi de cerca de R$ 350 mil. "Atingimos o ponto de equilíbrio financeiro no sexto mês, quando a previsão era no décimo", diz.
"Esperávamos que o retorno do investimento fosse de 36 meses, mas com o sucesso do negócio revisamos o prazo para 28 a 30 meses."
O empresário já tem planos de abrir franquias até outubro. Para montar o modelo, conta com a consultoria do Sebrae-SP.
Outra empresa é a B-Active. Fundada há 11 anos em São Paulo pelo médico Benjamin Apter, a rede tem duas academias próprias e quatro franquias, com uma média de 200 alunos por unidade.
Os treinos são realizados com fisioterapeutas especializados em exercícios físicos, que atendem até três alunos por sessão. A mensalidade média é de R$ 550. A B-Active possui convênios com alguns planos de saúde.
"Nós nos associamos a faculdades de outros países para produzir os equipamentos com foco na terceira idade; depois, compramos as patentes", afirma Apter.
"O crescimento do negócio foi muito rápido; começamos com seis equipamentos e atualmente temos 60."
Com a demanda crescente, a B-Active planeja expandir as franquias. Fonte: Folha de S.Paulo.
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