domingo, 21 de janeiro de 2018

O monopólio do Prolopa.

Inegavelmente é salutar o apoio que o laboratório Roche dá às instituições não governamentais de pessoas com parkinson, embora em vista deste "post" compartilhado no facebook, ter sido informado da retirada do patrocínio à revista Beija Flor da Associação Brasil Parkinson, mas é importante não ignorar os malefícios que o dito monopólio do Prolopa traz ao mercado farmacêutico e particularmente à diversidade de opções de L-dopa que nós, os pacientes, temos. E a Roche que com sua avassaladora vitória mercadológica, não tem nada com isso, deita e rola nos lucros de tão vasto e nocivo domínio de mercado.

E como forma de alavancar mais ainda as vendas e dourar a pílula, lança o Prolopa BD como se fosse uma novidade. Nada mais do que o Prolopa convencional com a metade da dose ativa, que apesar de repetitivo ajudou algumas pessoas, visto que puderam deixar de partir um comprimido convencional pela metade. Um pouco inovador foi o Prolopa DR (Dual Release). Enquanto isso continuamos aguardando no Brasil o quase “revolucionário” Rytary.

O domínio do mercado pelo laboratório Roche através do medicamento Prolopa (cujo nome na Europa é Madopar, do mesmo laboratório) é de tal dimensão que virou sinônimo de L-dopa, ou levodopa, como queiram. Isto a ponto de inibir a oferta de outros produtos concorrentes de outros laboratórios similares ou genéricos, que não encontram volume de mercado para que seja economicamente viável a produção ou mesmo importação, além de custos em publicidade, ante poderoso concorrente.

Exemplo disso é a saída precoce do mercado do Duodopa CR, que era importado da Índia pelo laboratório Torrent. Foi a l-dopa com o qual melhor me adaptei, e pela pouca demanda foi tirado do mercado, tinha um longo período de "on" e não dava a ressaca do "off".

Outro que não sei se ainda tem disponível no mercado é o Cronomet, ótimo remédio, da Merck Sharp & Dohme, mesmo fabricante do Sinemet, que nos Estados Unidos é o “sinônimo’ da L-dopa, assim como o Prolopa é aqui.

E o Ekson, alguém conhece?

Este monopólio reduz o portfólio de medicamentos disponíveis para as pessoas com parkinson no Brasil, que ficam restritas na gestão de sua doença. Por isso não confunda: L-dopa existem várias marcas (Carbidol, Parkidopa, Parklen, Sinemet, Ekson além de genéricos), Prolopa é uma destas marcas.

E importante frisar, não haver quase nenhuma diferença funcional ou profilática no uso da combinação de Levodopa + Carbidopa (Sinemet) ou Levodopa + Benserazida (Prolopa), apenas a primeira parecer, a mim, funcionar mais abruptamente, parecer mais forte.

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