sábado, 11 de agosto de 2018

PASSEAR COM O CÃO FAZ BEM À SAÚDE (SUA E DELE)

ESTUDOS RECENTES MOSTRAM QUE O HÁBITO PODE AJUDAR A AUMENTAR A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS DOS TUTORES
por GRETCHEN REYNOLDS
11 DE AGOSTO DE 2018 - Passear com o cachorro pode ser um bom exercício. Dois pequenos estudos recentes trazem novas formas de promover caminhadas com o animal e mostram suas inúmeras vantagens, mesmo para quem não tem um amigo de quatro patas.

Donos de cachorros sabem que a maioria deles deseja passear, a qualquer hora ou em qualquer clima. Entretanto, quase 40% dos tutores quase nunca os levam para caminhar, demonstram pesquisas. Preocupada com essa estatística, Katie Becofsky, professora de cinesiologia da Universidade de Massachusetts (EUA) e dona de cachorro, começou a se perguntar se seria possível e valeria a pena induzir as pessoas a levar seus animais para passear com maior frequência.

Em um estudo apresentado em junho na reunião anual do Colégio Americano de Medicina Esportiva, Katie e sua equipe convidaram um grupo de aproximadamente 30 donos de cães que diziam raramente levá-los para passear a participar de uma aula especial de obediência canina. Os pesquisadores disseram aos proprietários que o programa pretendia melhorar o comportamento do cão quando na guia e coleira, mas o objetivo real era ver se as aulas também conseguiriam aumentar o número de passeios feitos pelos donos e sua atividade física ao fim da iniciativa.

Metade do grupo realizou seis semanas de aula, enquanto os outros ficavam na lista de espera como grupo de controle. Os participantes faziam atividades com os cães várias vezes por semana, mantinham um diário sobre os passeios extracurriculares dos cachorros e utilizavam um monitor de atividade, pretensamente para registrar tais caminhadas. Os pesquisadores pediram que continuassem a registrar quaisquer passeios e a usar o monitor de atividade ocasionalmente durante mais semanas após o fim do curso.

Os diários e os monitores demonstraram que os participantes da aula passearam com os cães alguns minutos a mais semanalmente do que aqueles que estavam no grupo de controle. Inesperadamente, no entanto, tais minutos não elevaram o total de exercícios semanais dos donos.

Katie disse que ficou um pouco desapontada com os resultados, mas ela suspeita que a pesquisa tenha sido atrapalhada por um obstáculo particularmente incontrolável: o clima. O estudo aconteceu durante um período prolongado de chuva e frio, assim, o aumento da duração dos passeios com os cachorros, ainda que pequeno, foi notável.

Segundo ela, o mais importante é que a maioria dos participantes relatou sentir-se mais próximo dos cães e feliz com o comportamento dos animais:

- A partir de outras pesquisas, nós sabemos que o melhor indicador do passeio com o cachorro é sentir um forte vínculo com seu cão.

A pesquisadora pretende realizar um estudo maior, novamente com aulas de obediência, mas desta vez deixando claro que a intenção do programa é aumentar a atividade física dos donos. Ela também planeja estudar separadamente padrões de movimento escolhidos pelos cães, com e sem guia, usando monitores de atividade para os cachorros.

- Levar o cachorro para passear tem muito potencial para inspirar mais atividade física - declara a pesquisadora. Fonte: Zero Hora, Edição de 11/08/2018, edição disponível a assinantes.

E QUEM NÃO TEM CACHORRO?
11 DE AGOSTO DE 2018 - Outro trabalho recente mostrou que mesmo quem não é dono de um cão pode se beneficiar dos passeios. Também apresentada durante a reunião anual do Colégio Americano de Medicina Esportiva, a pesquisa envolveu universitários, grupo famoso pela inatividade. Muitos deles raramente (ou nunca) se exercitam, de acordo com estudo, e em geral culpam o pouco tempo e as exigências acadêmicas.

Para driblar tais barreiras, pesquisadores da Universidade da Carolina Oriental, nos Estados Unidos, criaram uma aula de educação física centrada em levar cães para passear. Os alunos visitavam um abrigo para animais duas vezes por semana durante 50 minutos e levavam um dos cães até um parque vizinho enquanto utilizavam um pedômetro (dispositivo que soma o número de passos dados).

Os números dos aparelhos demonstraram que os alunos, em média, davam 4,5 mil passos - cerca de 3,6 quilômetros de caminhada -, durante cada sessão com um cachorro.

- A maioria deles se surpreendia por caminhar tanto. Eles falavam que o tempo passara rapidamente e não haviam sentido que estavam se exercitando - diz Melanie Sartore-Baldwin, professora da universidade que realizou o estudo.

De acordo com Melanie, muitos relataram efeitos colaterais:

- Eles disseram que os cachorros pareciam muito felizes com os passeios, o que os fez sentirem-se melhor consigo e com a experiência como um todo.

Segundo ela, houve reclamações, é claro. A aula começava às 9h, horário que os alunos consideravam tremendamente cedo, além da exigência de que continuassem independentemente do clima.

Entretanto, poucos estudantes faltavam, e a aula tem fila de espera. Melanie também trabalha com outras universidades interessadas em incorporar essa atividade aos programas de educação física.

- É cativante passar tempo com um cachorro que fica feliz em ver você, e ainda se exercitar, já que os participantes conseguiram facilmente dar 4,5 mil passos nos dias de passeio - afirma a professora. Fonte: Zero HoraEdição de 11/08/2018, edição disponível a assinantes.

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