sexta-feira, 3 de março de 2017

Pacientes com a doença de Parkinson não recebem o medicamento gratuito

03/03/2017 - Pacientes com doença de Parkinson reclamam da falta da composição do medicamento Levodopa Carbidopa nas unidades de saúde da rede municipal. O medicamento está na lista de medicamentos que são distribuídos gratuitamente à pacientes da rede pública de saúde de Belém.

Associado a outros dois remédios, a fórmula do Levodopa Carbidopa é o principal agente que suprir a carência da Dopamina no cérebro. A falta da substância acentua as características mais marcantes da doença degenerativa, como a parte motora, causando lentidão, tremores e instabilidade postura.

O aposentado Luiz Alberto Oliveira convive com a doença há oito anos. Seguia o tratamento perfeitamente até agosto de 2016, quando o Levodopa Carbidopa deixou de ser distribuído pelas unidades de saúde do município.

"Não encontro em lugar nenhum. Postos de saúde do Telégrafo, Sacramenta, as vezes pegava em Icoaraci, cheguei a ir na Cabanagem. Eu rodava todos os postos de saúde e não encontrava", disse o aposentado.

"A doença está evoluindo muito rápido em mim. Eu tenho oito anos de doença. Estou numa situação que perdi 20kg nos últimos seis meses, perco equilíbrio, já caí na rua", acrescentou Luiz.

Outro aposentado que também sobre com a doença e Valdemir Garcia. Para não ficar sem o medicamento ele já desembolsou mais de R$ 900 desde o mês de outubro de 2016, quando também não conseguiu encontrar o medicamento nas redes públicas e privadas de saúde.

"Eu procuro na lista telefónica e entro em contato com as farmácias daqui de Belém, e onde tem a gente vai lá e pega. A minha filha, também, pela internet ela faz uma busca e encontrou numa farmácia e comprou lá também, via sedex. Em outro estado, em São Paulo. Um amigo meu, com o mesmo problema, o irmão dele mandava do Rio para ele", contou Valdemir.

De acordo com o neurologista Bruno Lopes, a interrupção do tratamento faz com que os sintomas da doença se intensifiquem cada vez mais e impedindo com que o paciente consiga realizar funções básicas e rotineiras.

"Com qualquer desequilíbrio, a falta de qualquer um desses remédios, a pessoa vai ter, certamente, uma grande piora funcional. Coisas do dia a dia que ela fazia com dificuldades se tornam impossíveis de serem feita e isso, com certeza, traz um grande impacto para a vida dessa pessoa", explicou o neurologista.

"Se faltar, eu não consigo nem levantar da cama, eu preciso de ajuda de alguém. E eu tendo ele em casa eu faço as coisas sozinho. Sem auxílio de outra pessoa", afirmou Valdemir.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que houve um atraso do fornecedor na entrega do medicamento Levodopa Carbidopa, o que prejudicou o abastecimento no segundo semestre do ano passado. Mas, segundo a Sesma, o medicamento já está com o estoque regularizado e sendo entregue às unidades municipais de saúde. Fonte: Itaquera.

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