quarta-feira, 17 de maio de 2017

Ressaca pós 11 de abril - II / A cura do parkinson no horizonte, ou uma luz no fim do túnel

Recentemente publiquei um texto chamado “Ressaca pós 11 de abril”. Neste post me referi à esperança depositada nas drogas em desenvolvimento que combatem as agregações de alfa sinucleína no espaço das sinapses das células nervosas. Estas drogas são a PBT 434 do laboratório Prana Biotechnology da Austrália, PRX002 da Prothena / Roche e a vacina da Afffiris, da Áustria.

No entanto há uma outra droga, que está sendo desenvolvida em velocidade recorde, que é o Rasmet, do laboratório Enterin, constituído por esqualamina, um esteróide, que foi descoberto em espécies de tubarões pequenos também conhecidos como 'cações' que produzem este esteróide natural. Noto que a primeira referência à esqualamina data de 1993 e sua sintetização é datada em 1995.

O estudo irá estabelecer a segurança, tolerabilidade e eficácia do derivado sintético administrado oralmente de esqualamina, que não é absorvido na corrente sanguínea. O composto age localmente sobre as células nervosas entéricas do intestino, estimulando a motilidade intestinal e alterando a sinalização neural aferente do intestino para o cérebro. Possui o potencial para melhorar alguns ou todos os sintomas não motores da doença de Parkinson, incluindo constipação, sono fragmentado e distúrbio do comportamento REM e para modificar a progressão da doença.

A esqualamina sintética demonstrou recentemente prevenir o acúmulo e reduzir a toxicidade da alfa-sinucleína, implicada na patogênese e na progressão da doença de Parkinson. O composto demonstrou deslocar os agregados de alfa-sinucleína da parede interna das células nervosas e prevenir a rigidez que se desenvolve nos vermes C. Elegans manipulados para produzir alfa-sinucleína em seus músculos. Os resultados foram publicados on-line na edição de 7 de fevereiro da Proceedings da Academia Nacional de Ciências (Perni et al., PNAS Vol. 114, no 6, 2017, doi: 10.1073 / pnas.1610586114). Links para o artigo e para a cobertura da imprensa podem ser encontrados no site Enterin.

Em resumo, temos mais uma esperança, e pasmem, luzes no fim do túnel! Aguentemos firmes até lá!

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