segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A evolução das espécies, ou os ciclos da vida.

Em 1976 trabalhei numa empresa chamada Burroughs. Era uma poderosa multinacional americana, da área de computadores, área hoje chamada de informática. Lidava eu com computadores, na manutenção de hardware, tendo em vista minha formação em técnico de eletrônica, numa outrora valorizada escola técnica (Parobé). Na época havia grandes multinacionais em áreas afins.

Particularmente na área de maquinas de datilografia tínhamos a Olivetti, a Remington e a Facit, a IBM, e a exemplo da Burroughs, exceto a IBM, sucumbiram ante o avanço da era da informação. Curiosamente a Burroughs, era líder no mercado daquelas autenticadoras bancárias mecânicas, lembram? Abaixo a foto pra 
quem não conheceu ou não lembra. Pois veio o trem da história e as dizimou. Não se adaptaram, não evoluíram e, assim como os dinossauros, seus paquidérmicos corpos não tiveram agilidade e destreza para se condicionar aos novos tempos que vieram, e continuarão a vir ciclos, inexoráveis.

Digo isto com uma ponta de saudades de tempos em que não imaginaria que anos depois eu estaria pilotando um PC-XT Solution de um fabricante brasileiro chamado Prologica, só existente graças a uma, à época, polêmica reserva de mercado de informática, que depois viu- se como nefasta, pois não gerou quase nada de conhecimento científico e nos legou uma defasagem no uso da informática, tanto de hardware quanto de software.

Tudo passa e adquiri meu primeiro laptop, um PC XT Toshiba T1000 usado, de um conhecido na França, por estratosféricos US$ 3.000.

Hoje a época dos dinossauros parece ter sido exorcizada, pelo menos no que tange às empresas, aquelas com conceitos de gestão mais modernos, dizer corporações talvez seja mais adequado. Dentre as mais ‘arejadas’ do mundo, elas não estão mais com a ideia de se focar só na sua área, como foi o modelo predominante no pós guerra. “Eu cuido de mim, tu cuidas de ti”. A especialização. De ter um médico para a unha do dedão do pé,  outro para a unha do dedão da mão. Usando um termo meio jurídico: os interesses dos visionários e bem sucedidos ficaram difusos. Não se preocupam só pra onde aponta seu próprio nariz. Apontam para os interesses e necessidades que podemos chamar de holisticos, “das humanidades”, ou da humanidade.

Vejo como exemplo o Google, que fazendo parceria com a 23 and Me (empresa de mapeamento genético de Ane Wojcicki, ex esposa de Sergei Brin, dono da Google) estão investindo na área de genética, mais propriamente na pesquisa do Parkinson. E quem pode ficar grato é o quase dinossauro Bill Gates, que foi revelado, sofre de Parkinson, e possivelmente venha a ser curado por iniciativas do concorrente.

Ou seja, acabou a estanqueidade das reservas de mercado, e dos focos das grandes empresas apenas em seus produtos, não só para não sucumbir, mas para interagir com as necessidades da humanidade. Não negar, sob hipótese alguma, que o aumento da longevidade pode ter sido crucial para isso. E assim como as corporações devem se libertar de  preconceitos e modelos exauridos,  os homens devem se despir de intolerâncias religiosas, raciais e de todos os ranços qualquer ordem, sob pena de sucumbirmos funcionalmente, assim como os dinossauros.


Sopro de vida a todos, evoluamos!

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